domingo, 16 de setembro de 2012

Mulher Desconhecida

Fiz uma pequena redação inspirada na serie e em algumas experiências de vida, se acharem que esta muito forte retiro do blog. Mas gostaria da opinião sincera de vocês.




Mulher desconhecida
Chovia intensamente, junto com a mesma veio uma neblina densa um frio ardente que me cercava, meu corpo não conseguia parar de tremer,  cada gota gélida que caia sobre minha face parecia uma faca a retalhando, mas mesmo assim segui viagem em minha Harley Davidson, não podia encostar, pois a sensação de morte me animava conforme o velocímetro marcava uma velocidade cada vez mais alta. Um estilo livre, vivendo aqui e ali e ninguém me dizendo o que fazer.
Rastros de sangue deixei para trás, uma vida nova começarei, um MC (moto clube) montarei, pena não ter meus fiéis companheiros ao meu lado, a linda e erótica Morte os convidou para sentarem ao lado direito do diabo, não fico triste, pois sei que onde estão serão bem tratados assim como eu quando chegar minha tão sonhada hora.
De longe era possível avistar em meio à chuva e a neblina uma placa com luzes vermelhas na qual estava escrito “Hotel”. Aproximando-se do local deu para perceber que havia um bar ao lado, algumas motos e carros estavam estacionados no local.
Parei minha Harley Davidson e fui beber algo para esquentar o corpo já enferrujado com o passar dos anos, adentrando ao local percebi que não era um bar qualquer, mas sim um “puteiro” de baixa categoria, mas se percebia homens de grande fortuna lá dentro. Cada passo rumo ao balcão era um misto de sentimentos. Quantos bares deste estilo eu e meu MC visitamos, quantas brigas arrumamos e apartamos por meras putas rampeiras, quantos porres em mesas de sinucas tomamos, quantas chupadas nos banheiros elas nos davam por uma pequena quantidade de pó, são tantas memórias que chego a ficar tonto. Sentei em um banco antes que caísse ao chão, abaixei meu rosto no balcão e chorei, chorei pelas mortes e pelas vidas que se perderam ao cruzar meu caminho. Com lágrimas nos olhos pedi uma dose de conhaque.
Na minha solidão meu único amigo era aquela bebida que me esquentava. De longe, avisto uma mulher de estatura mediana com longos cabelos negros, uma vestimenta sensual e provocante, um vestidinho preto, pele bem clara, pensei comigo, uma vampira ou um anjo? com este pensamento sádico liberei um sorriso de malícia, virei meu conhaque de uma vez e pedi duas doses ao barman e fui ao seu encontro lhe oferecer um drink. Conforme vou me aproximando percebia a elegância de tal ser.
Acreditava que ela poderia ser minha esperança de ter um fim de noite descente, ao trocar algumas palavras com ela minha teoria estava certa, ela estava ali para oferecer sexo, ou melhor, oferecer seu corpo para que homens como eu se esqueçam da vida miserável que vivem.
Ela pediu que eu acertasse o valor do programa no caixa, tudo certo fomos ao quarto um local escuro cheirando a fumaça, havia duas fontes de iluminação, uma era um pequeno abajur com uma luz vermelha e fraca e a outra era de um pequeno banheiro com um chuveiro onde ela foi se lavar. Sentei na cama de onde dava para apreciar aquela linda mulher se banhar, cada parte que aquele pequeno pedaço de sabão passava meu corpo se arrepiava aos poucos fui me despindo. Primeiro retirei meu coturno, depois a camisa e fiquei só de calças, achei melhor apreciar o momento. Enquanto se secava, ela vinha ao meu rumo com um olhar de malícia, ela soltou a toalha exibindo seu belo corpo, continuou vindo em minha direção. Com um empurrão sutil em meu ombro me deixei cair na cama, lentamente ela subiu em cima de mim, suas mãos correram para meu tórax, seus dedos tocavam minhas cicatrizes de dias turbulentos, ela se excitava com cada uma, não se contendo em colocar as mãos começou a dar singelos beijos em cada. Com o passar do tempo, minha calça ganhou grande volume e ela percebeu isto, com sua face tentadora me encarando foi abrindo minha calça sem tirar os olhos dos meus, ela me despiu por completo.
Uma sensação inexplicável o que aquele ser fazia ao meu membro, uma hora com a mão outra com a boca, parecia que não existia passado e futuro só aquele momento. Puxei-a para cima, ela veio subindo, me beijando até que tentou beijar-me nos lábios e não deixei, nunca beijei uma puta e nem vou beijar. Desviei de seus lábios a virando de costas para mim, sua bunda encostou em meu tronco, senti um suspiro sair de sua boca, neste momento com força agarrei seus cabelos e a coloquei de quatro na posição que cachorras devem ficar, com força comecei. Ela parecia uma cadela no cio, uivava, gritava e pedia mais e mais, com certeza não era nem anjo e nem vampira, era um demônio sedento por sexo, a cada estocada seu coração palpitava, nossos corações estavam sincronizados, naquele momento havia uma só alma, uma só respiração, uma só vida. Mudei-a de posição, queria olhar nos seus olhos nos momentos finais. Segurei pelas suas pernas e comecei vagarosamente até ganhar um ritmo frenético com o momento do êxtase total. Seus olhos me fitavam e da sua boca saiam palavras incompreensíveis e sussurros de prazer com o fim deste momento.  Jogamos-nos na cama cinco minutos quietos e imóveis, o dono parecia que adivinhara que havíamos chegado ao fim, veio bater na porta dizendo que o tempo terminara. A mulher a qual eu nem sabia o nome se levantou e foi se lavar novamente para dar alegria a outro miserável.
Me vesti calmamente, pois ainda estava digerindo aquele momento. Já vestida, ela veio se despedir de mim e perto, sussurrou em meu ouvido:
           -  Logo venho levá-lo ao encontro de seus amigos.
Com esta pequena frase, ela me deixou sozinho no quarto, me levantei e me retirei. Sai do bar a chuva diminuira um pouco junto com a neblina, só o frio permanecia. Subi em minha Harley Davidson e voltei para estrada, minha companheira, olho pra trás e percebo que aquele bar e hotel nunca existiram, a única coisa que existira foram os olhos vermelhos da mulher desconhecida.


 

Um comentário:

  1. As vezes sentimos que nossas vidas são tão inuteis que um momento agradavel, mesmo que não seje natural muda tudo....mas com o tempo chegamos a comclusão que a vida, é simplismente fazer o melhor de si, não para si mesmo, mas para os outros... e fazer da felicidade dos outros a sua felicidade...porque felicidade de verdade é fazer as outras pessoas felizes..


    Bom texto Andre...paranbens

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